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Mostrando postagens de setembro, 2024

criticismo radical parte 7: o Marx infinito? Kurz como precursor de uma estrada abandonada.

 Não é raro ouvir "Marx foi um teórico muito importante para compreender a revolução" ou "Marx foi um grande filósofo e crítico da economia política", essas duas frases expressam uma coisa supérflua: um Marx diverso. Mas tem outra coisa para além dessa esfera a ser investigada pelos criticistas radicais. Dentro da tese "Marx diverso" temos que analisar a preposição e começar a se perguntar até onde Marx é diverso? Um ótimo jeito de começar as investigações é através do caminho feito pelo Robert Kurz nos seus textos referentes ao duplo Marx, segundo Kurz: "O Marx nº 1 é o Marx universalmente conhecido, "exotérico" e positivo, o descendente e dissidente do liberalismo, o político socialista do seu tempo e mentor do movimento operário, que nunca quis outra coisa senão direitos de cidadania e um "salário justo para uma jornada de trabalho justa". Esse Marx nº 1 parece adoptar uma perspectiva ontológica do trabalho com a correspondente ...

criticismo radical parte 6: a felicidade

A felicidade tem sido discutida desde Platão até hoje, ela é a emoção mais complexa de todas, mas afinal o que é a felicidade? A felicidade pode ser trabalhada como uma forma de aceitação do sofrimento e aqui não estou dizendo de aceitar o sofrimento e que não tem como escapar dele, mas que o sofrimento existe e não pode ser negado, no entanto ele pode ser superado e a superação do sofrimento não é a simples iluminação como vão dizer alguns budistas, a superação do sofrimento é a revolução, a mudança radical de uma sociedade para a outra. O sofrimento do mundo tem fatores históricos, sociais e psicológicos estruturantes, isso significa dizer que a partir do momento que o sofrimento é parte da sociedade as tentativas individuais de superar ele se torna inválida pois o problema a ser superado não está no sujeito, mas na sociedade. A também uma problemática em trazer o conceito de felicidade como simples aceitação do sofrimento e que pode ser superado, essa definição é muito reducionista ...

criticismo radical parte 5 sobre o amor

Um dos sentimentos mais falados nos dias de hoje é o amor, mas precisamos elaborar isso  para além do que é dito, existem 32 formas de amor atualmente, elas não são fixas no espaço, elas se modificam conforme o tempo e a sociedade se modifica, entender o amor como um elemento social é muito importante, porque é muito comum usarem dentro de debates e conversas que o amor é uma construção social pois o amor a uma pessoa floresce, cresce, é construído, mas não é o amor em si que cresce, no caso é a relação, o vínculo afetivo do sujeito com o outro e o amor é um dos elementos da construção desse vínculo, e, é possível utilizar mais de um tipo de amor como elemento social na construção de um vínculo, mas antes de trazer essa discussão muito importante sobre a importância dos vínculos, vamos falar sobre o amor. O ludus é uma palavra grega que significa amor, mas um amor leve despreocupado, um amor que apesar de não ser sério é um forte elemento em qualquer vínculo de longo prazo, entenda...

o criticismo radical parte 4 a revolução inteligente

Dentro do marxismo existe um conceito estagnado no tempo, o conceito de revolução. Hoje em dia encontramos três linhas de revolução, a leninista, a stalinista e a trotskista, no entanto elas se prevalecem no mesmo erro, de considerar a revolução social como a única forma de revolução, pior é os maoistas que imputam uma revolução cultural deturpada separada da revolução social, pensar a revolução desse jeito é pedir a contra revolução. Revolução inteligente  Dentro de uma sociedade  existe uma variedade de categorias que obedecem um núcleo principal, no capitalismo é a lógica do capital, mas o capital não tem uma ligação simples com essas categorias, se destruir o capital e não mudar essas categorias de forma radical, o capital vai ressurgir, porque essa é uma ligação coercitiva, o capital usa dessas categorias como se fosse o um anel (referência de senhor dos anéis), ou seja, uma forma de dividir a essência do capital com o propósito da sua sobrevivência.  A partir dessa ...

criticismo radical parte 3 a diferença entre leitura e interpretação, exemplos de leituras do capital

Como foi demonstrado no artigo passado a leitura do capital é muito complexa, tendo uma leitura econômica (de visão crítica a economia), uma leitura epistemológica, uma leitura sociológica, etc., existem várias leituras possíveis para o capital e nesse artigo iremos abordar as leituras não convencionais de abordar o capital, mas primeiro precisamos entender a diferença de nova leitura e nova interpretação. A nova interpretação se diz respeito a forma como vc lida hermeneuticamente com uma leitura. Já a leitura é um sistema de interpretações, por exemplo: Na minha visão Marx ao dizer Y pode ser X (hermenêutica ou interpretação) Marx ao dizer Y nós trás uma nova visão sobre X (leitura) A leitura apresenta uma forma diferente de ver a obra, como por exemplo você ter uma leitura política da obra da branca de neve, não é uma nova interpretação, é uma nova leitura, para ser interpretação tem que estar dentro do escopo feito por esse sistema de interpretações (leitura), a branca de Neves é um...

o criticismo radical parte 2 sobre a critica a um camarada e a leitura epistemológica do capital (introdução as leituras não convencionais do "das kapital").

O criticismo radical ainda segue muito sombrio mesmo com o primeiro artigo o explicando, isso se deve ao fato de ser um pensamento crítico complexo, onde tenta responder todas as perguntas possíveis,  extrair e construir de termos já existentes algo mais complexo, criticar a si mesmo e a outro alguém. Dentro desse artigo eu irei responder algumas críticas feitas por um(a) anônimo(a) e depois desenvolver ainda mais o criticismo radical. O primeiro argumento a ser criticado aqui é sobre a minha dita "confusão com termos", nisso se segue para mostrar que é o contrário, o leitor que mal interpretou o texto. O autor da crítica diz:  "Eu não consigo pensar em como não-homogeneidade não implicaria em heterogeneidade. Quanto à linearidade e não-linearidade, parece uma figura de linguagem menos problemática, mas ainda falta clareza — as figuras de língua são sempre assim, é óbvio; quanto a sua afirmação, de que "no estudo do método se encontra qual foi o objeto", parece...