o criticismo radical parte 4 a revolução inteligente

Dentro do marxismo existe um conceito estagnado no tempo, o conceito de revolução.

Hoje em dia encontramos três linhas de revolução, a leninista, a stalinista e a trotskista, no entanto elas se prevalecem no mesmo erro, de considerar a revolução social como a única forma de revolução, pior é os maoistas que imputam uma revolução cultural deturpada separada da revolução social, pensar a revolução desse jeito é pedir a contra revolução.

Revolução inteligente 

Dentro de uma sociedade  existe uma variedade de categorias que obedecem um núcleo principal, no capitalismo é a lógica do capital, mas o capital não tem uma ligação simples com essas categorias, se destruir o capital e não mudar essas categorias de forma radical, o capital vai ressurgir, porque essa é uma ligação coercitiva, o capital usa dessas categorias como se fosse o um anel (referência de senhor dos anéis), ou seja, uma forma de dividir a essência do capital com o propósito da sua sobrevivência. 

A partir dessa análise que começa a ser posto o conceito de revolução inteligente, mas antes de entender a revolução e sua evolução teórica em torno da história, de Marx até o criticismo radical.

A revolução em Marx aparece pela primeira vez no manifesto comunista de uma forma completamente rejeitada pelo Marx no crítica ao programa de Gotha.


No manifesto do partido comunista o senhor Marx define a revolução como uma inversão de valores no controle estatal, no socialismo de Marx (de 1848) o estado ainda sobrevive dentro de um controle proletário (a famosa ditadura do proletariado no sentido marxista da palavra).

Agora o Marx do Gothakritik acredita em uma revolução radical, onde o estado se torna um objeto a ser rejeitado, destruído, a revolução tem como objetivo o controle autogestionario dos trabalhadores ( a ditadura do proletariado no sentido comunista).


Partindo para o camarada Lenin temos uma evolução nesse conceito de revolução Marxiana, o conceito de partido de vanguarda  é um método organizativo leninista de como fazer a revolução, ela se consistia de duas formas:
 o centralismo democrático, a frente única.


O centralismo democrático é feito pela unidade na ação e discordância na teoria, em suma, o CD atua como uma espécie de falso criticismo radical pois no criticismo radical a discordância na teoria leva por si uma discordância na prática, o movimento criticista radical é descentralizado, as discordâncias teóricas e práticas são apresentadas aos comunistas onde eles respondem suas discordâncias tendo uma ordem de críticas; 1) os novatos nos estudos comunistas; 2) os  veteranos no movimento comunista,e ; 3) a unidade do partido que desenvolveu o pensamento crítico.

Essa ordem de crítica coletiva descentralizada é parte da formação teórico prática no movimento criticista radical, o iniciante nos estudos precisa ser o primeiro a criticar para desenvolver o estudo crítico do pensamento e da prática comunistas, e, os mais estudados e desenvolvidos no pensamento crítico precisa ajudar o novato a desenvolver o pensamento crítico e movimentar o debate para frente.

A outra linha do partido de vanguarda é a frente única, ela se formava de forma na qual os trabalhadores fora do partido possam participar do programa revolucionário de forma organizada.

Outros teóricos como trotsky, Stalin, Mao, Gonzalo, sison, etc. Vão tentar usar de hermenêutica na leitura clássica da revolução de Lenin para fazer sua própria forma de revolução, no caso de Mao e seus seguidores é um pouco diferente, em Mao temos a primeira formulação de uma revolução cultural, só que essa revolução foi feita como uma cicatrização do erro maoista de se aliar a burguesia para fazer uma revolução social,  a revolução cultural na china foi na verdade uma reforma cultural, pois não estabeleceu uma quebra na estrutura cultural do capital.


Tendo definido a história e evolução desse conceito precisamos falar sobre o conceito de revolução inteligente começando pelo núcleo: a crítica do eu para o outro, a crítica do eu para o eu, a crítica do outro para o eu e a crítica do outro para o eu.

O criticismo radical se move e se modifica através desse movimento de crítica,  a revolução inteligente segue o mesmo caminho.


A revolução inteligente diferente das outras revoluções não é uma fórmula de revolução social, ela entende que a revolução cultural e a revolução social são inseparáveis, e não são as únicas revoluções a serem feitas, a revolução inteligente pode ser associada a um núcleo com vários ramos diferentes sendo eles.

A revolução na psicologia: conhecida como psicologia classista, uma forma de psicologia disposta a entender de maneira crítica a psicologia do capital.


A revolução no direito: a nova crítica do direito representado pelo filósofo brasileiro Alysson Mascaro faz parte de uma crítica muito forte do direito como enxergarmos hoje.


A revolução na criminologia: a criminologia crítica propõe entender o contexto social do crime e buscar um resignificado da palavra crime, contra as ciências criminologicas do capital como a escola de Chicago e sua desastrosa teoria das janelas quebradas.


A revolução inteligente pode ser separada em dois grupos, a revolução subjetiva e a revolução objetiva. A revolução objetiva trata de uma revolução concreta dentro de espaços possíveis, como é o caso da revolução social ou das revoluções nas áreas de estudo.


A revolução subjetiva trata de entender as emoções e sentimentos, mas antes de falar sobre isso, precisamos falar sobre o conformismo camarada.

Se vocês leram com atenção vão perceber que o movimento criticista radical trabalha com a crítica sendo iniciada pelo novato para incentivar o pensamento crítico de florescer em um iniciante nos estudos, sem pensamento crítico, sem prática revolucionária. 

O criticismo radical  denuncia o movimento comunista atual com o conceito de conformismo camarada. Mas o que é o conformismo camarada? Pensa em um partido como a UP (unidade popular),  eles tem o caderno de formação deles, mas a falta de crítica interna causa uma falta de conhecimento crítico no novato e no veterano do partido, essa forma mecanizada de fazer a revolução é uma estratégia real desses partidos, o conformismo camarada se dá pela ausência de um movimento crítico no movimento comunista, um movimento comunista sem crítica é um cadáver.

Agora que falamos sobre o conceito de conformismo camarada, podemos elaborar mais sobre as emoções.

O ódio é uma emoção com três tipos:

O ódio passivo, é um tipo de ódio caracterizado pela forma irracional de se ver o mundo, o ódio a alguém de maneira irracional é um ódio passivo.

O ódio permissivo, o ódio do ser consigo mesmo é o que temos caracterizado sobre o domínio de autopermissividade, pois ao sempre nos permitir se redimir, mais a gente se ilude.

O ódio ativo é o mais comum de ser representado, o ódio racional, ele é proposital, vingança é um exemplo desse tipo de ódio, ódio de classe é outro tipo de ódio ativo, o ódio por uma pessoa que te traumatizou, todos esses são ódios ativos.


Temos também os quatro tipos diferentes de tristeza, mas antes precisarmos falar sobre a tristeza em si.

O sentimento de tristeza é muito associada a um humor negativo receptivo, diferente do ódio que é enxergado como um humor negativo transmissivo, no entanto existe uma semelhança entre essas emoções, elas são produtos socio-materiais.

A tristeza filosófica é o sentimento da não existência, ou o questionamento da vida, ela repassa a filosofia em todas as épocas, sendo uma tristeza muito importante para o mundo acadêmico.


A tristeza neurótica se dá nos casos maior de infelicidade, o caso da depressão ou a solidão são exemplos de tristeza neurótica (sendo também conhecida como a tristeza da isolabilidade, pois ser uma manifestação de tristeza do ser em si).


A tristeza ensinada pode ser  confundida com uma forma hereditária pois carrega elementos muito parecidos com a hereditariedade, mas ela é feita no ato empírico, a tristeza do luto por uma morte, a tristeza do término, a tristeza provocada por algo recente e importante na sua vida é uma tristeza ensinada.

A tristeza coletiva é a tristeza do ponto comum, ou a tristeza da manada, se algo provoca uma forma de infelicidade em alguém, irá provocar essa tristeza em várias pessoas se essa primeira pessoa for socialmente relevante para as demais e uma dessas várias também for importnte, começando uma reação em cadeia.


Agora falando sobre a emoção mais complexa depois da felicidade, o amor é alvo de estudos da filosofia por muito tempo, mas os estudos sobre o amor ou estão errados ou estão em falta, existem no total 32 conceitos de amor diferentes, mas nesse artigo só falarei de um deles o ágape.

O amor não é construção social, ele não é uma construção, ele é um elemento social usado para construir algo socialmente falando, esse elemento é muito patologizado (como é o caso do amor patológico).

O ágape é muito usado na mitologia bíblica, mas aqui estamos usando ele no sentido platônico, para Platão o ágape é um laço incondicional entre um grupo (família ou amigos), um laço não carnal, mas de espírito, ou como é conhecido um laço mental.

O amor é diverso e precisa ser desenvolvido ao máximo para avançar o conceito de revolução inteligente, os marxistas viveram ignorando a subjetividades por conta do preconceito deles com o seu falso materialismo a um "idealismo".

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