criticismo radical parte 14: ensaios sobre uma organização criticista radical (2)
Como foi dito no artigo anterior, nesse presente artigo irei situar como toda aquela formação organizativa irá servir para realizar com sucesso a revolução inteligente. Como foi dito no artigo 4 sobre o criticismo radical, a revolução inteligente se diz respeito ao fato que o capitalismo se demostrou estrutural em cada área da sociedade, uma revolução social e política de tomada do Estado como foi previsto nos antigos modelos de revolução já datados do século passado, não podem acontecer, justamente porque todo o resto da sociedade, inclusive os indivíduos ainda serão parte da lógica de reprodução do capital, a revolução inteligente serve para assim como o capital se alastrou em todas as áreas da sociedade, inclusive na área microsocial (e intersocial), a revolução inteligente ataca o capital em todas as áreas da sociedade (inclusive nas áreas microsociais e intersociais). Sabendo disso, esse artigo irá reunir uma elaboração maior do que cada pessoa pode fazer pela revolução inteligente, mostrando assim que não existe pessoas descartáveis em uma revolução inteligente, todos que quiserem ajudar são muito bem vindos e muito importantes.
A revolução inteligente não é só uma revolução externa ao sujeito, ela também assume um caráter interno, como a sociedade capitalista deixou sua essência em todos os aspectos da sociedade, isso também equivale para o próprio sujeito e isso não é uma atitude recente do capitalismo, Marx já estava desenvolvendo a descoberta da alienação, onde o próprio sistema reprodutor de mercadorias convence o sujeito que não tem como mudar esse sistema ou de acabar com ele, e, não pense que essa alienação foge aos mais céticos ou revolucionários, um fenômeno que começou no século passado é a criação de obras como a "ação humana" do Mises, onde ele não faz nenhuma investigação sobre nenhuma sociedade e já presume uma natureza humana universal onde o capitalismo nada mais é que algo natural do ser humano, ou seja, não basta ser cético, a luta contra a alienação é o ponto principal da luta objetiva na parte interna do sujeito durante a revolução inteligente. Para responder a questão da natureza humana é só fazer um estudo antropológico simples em diferentes tipos de sociedades para perceber que as afirmações de Mises não se sustentam, o capitalismo é natural, mas não é humanamente natural, ele faz parte da natureza socio-histórica e faz parte do desenvolvimento da natureza de qualquer tipo a mudança com o tempo. Como eu disse anteriormente também não basta se dizer revolucionário, por exemplo os militantes da UP, do PCBR e do PCB (tem outros partidos, mas esses três são só exemplo) apoiam a figura de Lenin e de Stalin, dois homens que teorizaram e botaram na prática o capitalismo de Estado, ou seja, no final esses partidos não são de fato revolucionários, eles simplesmente só defendem uma reforma no capitalismo de uma forma ou de outra, para uma pessoa ser revolucionária ela precisa necessariamente uma postura crítica radical a qualquer situação, um erro mínimo que seja deve ser criticado, pode não notar ele no começo, mas quando perceber pode criticar, um revolucionário não se junta com os erros, ele acaba com eles. Mas porque se faz tão importante uma revolução interna ao sujeito? De maneira simples, a sociedade em si é a junção de vários indivíduos, sendo assim, a soma de várias subjetividades, o erro de todo comunista do espectro marxista foi a consideração de aspectos objetivos da realidade sem levar em conta uma análise dos aspectos subjetivos, o capital se aproveitando desse erro atacou essa revolução simplista mirando na subjetividade dos indivíduos, a revolução inteligente tem esse nome justamente por conta da noção que uma revolução que foque somente em um aspecto da sociedade é uma revolução desperdiçada. No final a criação de sujeitos revolucionários faz parte fundamental da revolução inteligente, quando falarem que essa revolução é utópica sempre lembre que ela não é utópica em nenhum sentido, justamente porque a criação desses sujeitos revolucionários já está acontecendo e vai aumentar cada vez mais, a revolução inteligente já é uma realidade e a cada dia que passa ela vai aumentando suas forças, levantar a crítica radical do abismo foi o maior ato revolucionário que eu fiz até agora no campo teórico, mas isso ainda não é o suficiente.
Para os estudantes em geral existem duas áreas da revolução inteligente além da interna que vocês podem entrar, a primeira área é a cultural através dos grupos de estudos em cultura e nas associações de cultura populares, onde o estudo e a prática cultural de maneira revolucionária serve tanto para a formação desses sujeitos revolucionários quanto para o desenvolvimento de uma cultura revolucionária, ou seja, de uma revolução cultural. A segunda área e essa pode ser alcançada junto dos professores é a revolução estudantil, usando os grêmios estudantis, os grupos de estudos e os grupos de pesquisa científica para trabalhar em um método de estudo nas escolas que seja transformador e revolucionário e não um método conteudista que no final o aluno não aprende, para isso acontecer é preciso de uma revolução na educação, mas isso é algo complexo e é preciso uma mudança radical em toda a sociedade, a revolução inteligente é várias revoluções interligadas justamente por conta de uma depender da outra e todas são completamente essenciais.
Para os professores além das áreas já propostas nos estudantes (a revolução estudantil e a criação das associações de cultura populares), esse grupo de pessoas tem um papel muito importante na formação desses sujeitos revolucionários, são justamente os professores que vão educar o resto da organização com o ideal criticista radical de revolução, o papel de um professor em uma revolução inteligente depende de qual área ele atua, um professor normal que fez pedagogia e só ele é responsável pela revolução na educação junto dos alunos e alunas, mas um professor de física por exemplo pode além de ajudar na revolução educacional, ajudar os engenheiros e físicos nas revoluções na engenharia e na física. Percebe então que um professor pode ajudar em mais de uma via revolucionária.
Um químico, um físico, um biólogo, um astrônomo, todos eles farão uma revolução nas suas respectivas matérias, mas o que é uma revolução disciplinar? De maneira simples, trata-se de retirar todo conteúdo feito pelo capital dessas matérias, criando assim uma melhora significativa em cada um desses setores. Além do esvaziamento do conteúdo do capital nessas disciplinas temos a junção delas em uma só ciência através dos grupos de pesquisa científica e do grupo de estudos, esse processo é muito importante para a revolução que destrói o Estado e a burguesia, um grupo de geógrafos, geólogos, quilombolas, camponeses, indígenas e meteorologistas podem traçar um plano, uma estratégia de ataque, uns falam o melhor caminho e os meteorologistas falam o melhor horário para ir para a ação; um grupo de engenheiros, físicos, químicos e biólogos para criarem armas de combate caso isso seja necessário; um grupo de profissionais na área da computação servindo para atacar o capital virtualmente; um grupo de lixeiros, faxineiras e máquinas que façam a limpeza de todo estrago que a gente fizer. Enfim todos tem espaço na revolução inteligente, por exemplo os desempregados sem formação podem ser educados para ter formação ou se juntar no grupo de combate físico contra o Estado e a burguesia diretamente.
Não existe área que seja irrelevante para a revolução inteligente, se você é de uma área que você pensa ser uma área inútil para uma revolução, deixe aqui nos comentários, como dito na parte 13 aqui estão meus contatos, meu twitter e meu Instagram são @juliakrupskaya1 e meu email é juliakrupskaya16@gmail.com, qualquer coisa é só me chamar, o próximo artigo só lança em fevereiro.
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