criticismo radical parte 13: ensaios sobre uma organização criticista radical (1)
Com a longa caminhada que tivemos até aqui já estava na hora de começar a se aprofundar em uma teoria da organização comunista com bases criticistas radicais. Diferente das organizações marxistas a organização criticista radical é pensada até os mínimos detalhes para se adaptar caso haja alguma falha, como criticistas radicais essas organização não pode se dar ao luxo de ter falhas, se uma surge em um ponto da organização, a gente modifica esse ponto para acabar com essa falha, assim a organização criticista radical ao se modificar dos seus erros, mata qualquer possibilidade de uma contrarrevolução a partir deles. Para entender como uma organização criticista radical se constrói é preciso entender que seu objetivo principal é a revolução inteligente como previsto na parte 4, nesses dois artigos (esse e a parte 14) vamos apresentar como uma organização criticista radical se movimenta no seu núcleo principal, em textos inéditos para os leitores das coletâneas principalmente a partir do volume 2 e para os membros dos grupos de estudos, comentarei como a organização criticista radical deve se comportar diante de todas as áreas da sociedade.
O primeiro passo para desenvolver uma organização pautada nos princípios do criticismo radical é que essa organização é uma organização espontânea e coletiva, o que eu quero dizer com isso? Diferente de organizações sindicais e partidárias (organizações que não se dizem ser um partido, mas segue a lógica partidária está incluída nas organizações partidárias), não temos uma organização que obedeça a um certo status, como por exemplo, um mero "venha se filiar ao PCBR", um membro dessa organização não segue uma organização em específico que segue o modelo organizativo do criticismo radical, ele é organizado teoricamente graças ao grupo de estudos com o modo criticista radical de pensar assim como outras pessoas também são. A organização criticista radical é espontânea e coletiva porque seguem um modelo de auto-organização onde cada sujeito criticista radical se junta em prol de um fim em comum, assim a organização não tem uma estrutura de sustentação já que não é uma organização em si (obviamente um membro de uma organização criticista radical poderia falar que é membro de uma organização criticista radical por puro jogo simbólico, mas essa organização não é uma organização como o PCB, o PCBR, a UP, o PSTU, a OCI, etc. Ela se comporta como uma organização inexistente nos parâmetros do senso comum, o que isso quer dizer? Sabe aquele grupo de amigos que se reúnem entre si? A organização criticista radical é quase isso, ou seja, não é uma organização institucionalizada, mas sim uma organização das massas pelas massas, sendo assim não tem destruir a organização lutando contra a sua estrutura, porque ela é uma organização contra estrutural, assim não podendo ter estruturas para atacar essa organização.
Como princípio básico do criticismo radical o estudo crítico radical é uma chave para a organização pessoal e para a organização coletiva, por isso a entrada para a organização criticista radical vem a partir de um grupo de estudos focado na transformação dos indivíduos participantes desse grupo em sujeitos criticistas radicais e no próprio estudo crítico radical, mas esse só pode ser alcançado pelo primeiro, buscar seu autoconhecimento é uma das tarefas que serão mais incentivadas nesse grupo de estudos, porque é graças ao autoconhecimento que o sujeito descobre a sua própria maneira de estudar, pois busca enter o seu ser de forma profunda (o estudo alcançado pelo seu autoconhecimento, ou seja, o estudo feito e pensado para o seu ser, é muito mais eficiente do que qualquer método pronto qualificado de estudo.).
Para além do aprimoramento pessoal o grupo de estudos presencial tem uma característica diferente do online, as atividades básicas em grupo, obviamente no online também terão atividades em grupo, mas presencialmente essas atividades serão mais do que a escrita de alguns artigos acadêmicos, a gente tá falando quem sabe de backroom quem sabe, qualquer atividade que exercitar o então intitulado trabalho em equipe vai ser providenciado pelo grupo de estudos. Esse trabalho em equipe vai ser trabalhado da seguinte forma, os primeiros membros (os que já entraram no grupo), fazem esse trabalho entre si para se acostumarem a trabalharmos juntos, depois, os novos membros do grupo de estudos vão fazer essas atividades coletivas entre eles para se acostumarem a trabalhar juntos uns dos outros e por fim faremos uma atividade coletiva geral onde faremos os velhos e novos membros se acostumarem a trabalhar entre si. A barreira da distância e da língua não vai ser um problema no futuro, afinal com a tecnologia que temos a barreira da distância entre os membros pode ser completamente quebrada, e, sobre a barreira linguística, uma das atividades que o grupo de estudos pretende fazer é os cursos de idiomas, afinal nós somos internacionalistas e aceitamos membros de todo lugar do mundo, não seria nada interessante se houvesse uma barreira tão grande quanto a língua para atrapalhar a comunicação entre os membros da organização, para as atividades coletivas eu ainda estou aqui pensando nas possibilidades ainda de como exercitar o trabalho em equipe de cada membro a nível internacional, talvez fazer duas backrooms, uma para o pessoal da zona norte de São Paulo e outra para o pessoal do leste de Paris, algumas pistas para a próxima parte de cada uma das backrooms estarão com o outro grupo, assim os grupos terão que se ajudar para ambos saírem de lá, assim exercitando o trabalho em equipe sem ter uma fronteira linguística ou de distância.
Essa formação do grupo de estudos é muito importante para estabelecer as bases da organização, como ela não é uma organização institucionalizada, ela não regras ou expulsão de membros, por tanto o exercício do trabalho em equipe é muito importante para fazer cada membro da organização cooperaram uns com os outros, não precisam ser amigos, mas precisam desenvolver um laço forte que nunca se quebre, um laço onde se um precisar de ajuda os outros vão ajudar por vontade própria.
Outro aspecto desse trabalho em equipe proporcionado por esse grupo de estudos é a capacidade de encontrar pessoas que trabalham nas mesmas áreas, o que é muito importante para entender melhor o próximo tópico que é os grupos de pesquisa científica.
O desenvolvimento de uma organização criticista radical para além dos grupos de estudos é um passo fundamental para a realização da criação das bases de uma revolução inteligente, os grupos de pesquisa científica serve para os membros da organização se ajudem nos seus projetos científicos sendo por exemplo se tem três físicos na organização os três fazem parte tanto do grupo de estudos como do grupo de pesquisa científica em física. O propósito principal dos grupos de pesquisa científica é a inovação científica na mão das massas e a alfabetização de cada membro que compõe essa massa, tornar a linguagem acadêmica em uma linguagem acessível é um dos focos nesse objetivo, mas a razão principal é que uma mente inteligente é boa, duas é incrível, três é extraordinário, mas quanto mais mentes inteligentes estiverem, melhor vai ser a pesquisa científica citada, a organização criticista radical tem como princípio a formação de mentes geniais que consigam e incentivem o trabalho em equipe, sendo o berço para uma revolução inteligente.
Um dos propósitos dos grupos de pesquisa científica é a unificação de todas as ciências e o que isso quer dizer em princípio? Os grupos de pesquisa científica surgiram com um propósito de avançar cientificamente todas as áreas da ciência de forma cooperativa, cada grupo porém não atua só entre ele, os grupos de pesquisa científica se conversam, trocam informações importantes sobre o desenvolvimento científico de cada área estudada, com o objetivo de unificar todas as ciências em uma só, obviamente uma área da ciência vai prevalecer mais importante em cada grupo, por exemplo, o grupo de pesquisa científica em botânica vai ter um foco maior em botânica, mesmo que use todas as outras áreas dessa ciência unificada. Mas para qual razão queremos uma unificação de todas as ciências? De modo geral, a ciência unificada serve como uma forma de demonstrar que todas as ciências mesmo nessa separação artificial entre elas, acabam se complementando. Entender que a separação entre ciências sociais e ciências exatas não faz sentido nenhum, justamente porque toda ciência é social, inclusive as fitas ciências da natureza, entender que não existe esse segregacionismo científico na ciência criticista radical é um passo fundamental para entender o porquê da revolução inteligente ter o sucesso como sua única possibilidade, com todos os cientistas de diversas áreas cooperando entre si, compartilhando informações e colocando a linguagem acadêmica de forma acessível para o povo marginalizado, o combate contra a reprodução do capital tem início dentro da área científica (ideológica), quanto mais a cooperativa científica se ajuda e acaba trazendo avanços científicos para nossa sociedade, mais a cultura do individualismo e da meritocracia vão se mostrar cada dia mais ilusórios e anticientificos, dando vários golpes na ciência burguesa.
Outro aspecto dos grupos de pesquisa científica é dentro das áreas da psicologia, neurociência, botânica, ecologia e nutrição para trabalhar em um projeto chamado de "produção de base", mas o que seria isso? Bem diferente do trabalho de base dos leninistas, a produção de base trata do princípio de ajuda mútua, se os membros da organização se ajudam entre si, eles também vão ajudar quem precisa, um dos aspectos dessa produção de base é muito parecida com a cozinha solidária do MST, mas no caso da organização criticista radical, essa cozinha solidária pretende ser de qualidade ainda maior que a do MST, reunindo um grupo de pesquisadores na área da alimentação e da mente humana para elaborar uma dieta saudável que se adeque aos gostos e preferências individuais de cada um (examinando também a possibilidade de alergia), criando assim uma dieta saudável, nutritiva e prazerosa para as pessoas em situação de rua e para as pessoas periféricas. Dentro dessas pessoas em situação de rua temos outra parte da produção de base, a tomada de prédios e casas abandonadas para servir de abrigo para essas pessoas que moram nas ruas é uma das estratégias feitas pela organização para resolver o problema da falta de moradia, mas membros da organização que moram em casas muito grandes e tem a possibilidade de abrigar alguns moradores de rua, também vão os abrigar, mas essas duas coisas não é tudo dentro do conceito de produção de base, cada membro da organização vai se conseguir doar no mínimo um livro para a criação da biblioteca popular, e, cada professor (a) (e) que tiver horário disponível e pertencer a organização vai ser professor da escola popular, onde vai preparar essas pessoas marginalizadas a deixarem de serem analfabetas tanto funcionais como o analfabetismo tradicional, essa escola popular serve também como uma forma dessas pessoas conhecerem a organização e modelo científico que é usado por nós, assim também preparando essas pessoas para um supletivo e um vestibular para no futuro tenham o mesmo nível de conhecimento ou até maior que um adolescente que fez a escola tradicional sem precisar dos diplomas em específico. A produção de base por tanto serve para ajudar as massas marginalizadas deixando claro o caráter dessa ajuda, mas não somos leninistas para deixar de ajudar eles caso não concordem com a gente, se precisam de ajuda é isso que faremos, ajudar quem precisa de ajuda e ajudar quem a gente quer ajudar são duas coisas completamente diferentes. A produção de base não é só essa ajuda propriamente dita, mas sim a construção de uma base forte criticista radical, a revolução inteligente precisa de uma base forte para ser bem sucedida, quanto mais pessoas formadas com a base criticista radical ajudam nessa revolução, mais é as chances dessa revolução ser um sucesso.
Voltando aos grupos de pesquisa científica temos uma derivação desses grupos, no caso são os grupos de desenvolvimento clínico, onde as áreas consideradas da saúde vão trabalhar entre si para promover a investigação e pesquisa da cura de várias doenças e condições prejudiciais para a sobrevivência da nossa espécie, e, os grupos de formação física, onde os membros desse grupo vão através dessa ciência unificada e de profissionais na área, cuidar da sua saúde física (a saúde mental é um assunto a ser tratado no grupo de pesquisa científica em psicologia onde os psicólogos desse grupo vão se oferecer para um atendimento acessível para todos os membros da organização), assim os membros da organização criticista radical vão se tornar muito mais do que o sistema tem como esperado das massas mais marginalizadas, a luta contra a lógica da competitividade é um passo fundamental contra a reprodução do capital, porque é justamente a competitividade instaurada como cultura nessa sociedade capitalista que existe tanto desespero na quebra desse sistema, justamente porque algo tão danoso como a fragmentação da sociedade por conta do ideal da competitividade é visto como um mal necessário, mas quando um criticista radical mostra que não é bem assim é começa a mostrar que os avanços sociais e científicos são muito maiores com o princípio de cooperação entre cada membro da sociedade do que qualquer forma de competição entre esses mesmos membros. A educação e a ciência unificada pelo criticismo radical é por tanto as bases fundamentais da revolução inteligente, para mais informações releia a parte 4 e leia a próxima parte (no caso a 14) "ensaios sobre uma organização criticista radical (2)" onde falaremos melhor como cada pessoa independente da área pode contribuir para a revolução inteligente de alguma forma, no final dessa próxima parte deixarei meus contatos (twitter, insta e email) caso tenham interesse de participar dessa organização.
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