criticismo radical parte 5 sobre o amor
Um dos sentimentos mais falados nos dias de hoje é o amor, mas precisamos elaborar isso para além do que é dito, existem 32 formas de amor atualmente, elas não são fixas no espaço, elas se modificam conforme o tempo e a sociedade se modifica, entender o amor como um elemento social é muito importante, porque é muito comum usarem dentro de debates e conversas que o amor é uma construção social pois o amor a uma pessoa floresce, cresce, é construído, mas não é o amor em si que cresce, no caso é a relação, o vínculo afetivo do sujeito com o outro e o amor é um dos elementos da construção desse vínculo, e, é possível utilizar mais de um tipo de amor como elemento social na construção de um vínculo, mas antes de trazer essa discussão muito importante sobre a importância dos vínculos, vamos falar sobre o amor.
O ludus é uma palavra grega que significa amor, mas um amor leve despreocupado, um amor que apesar de não ser sério é um forte elemento em qualquer vínculo de longo prazo, entenda ele com um exemplo dado, em uma amizade o sujeito não está preocupado com o que vai dizer, com os sentimentos do outro, porque eles se conhecem tanto que não precisam ficar preocupados com isso, esse vínculo tem um ludus muito forte.
O philautia é o amor próprio ele é a base para todas as outras formas de amor, o amor de si é muito associado a autoestima e o autoconhecimento, sim autoconhecimento pois não é possível amar o que se desconhece, o "amor" desconhecido é a paixão e ela é o veneno da alma em busca do nada de completude com o nada em completude.
O Pragma é o amor ao dever, aos atos, podendo ser externo ou interno, um exemplo bom para se referir aqui é o amor entre duas pessoas onde uma exerce uma função na sociedade no qual a outra se encantou, nesse sentido o Pragma deixa o Eros de segundo plano, porque em uma relação vinculativa onde o amor se dá pelas atitudes, pela prática pessoal e não pelo prazer, o prazer em si se torna desprezível.
O Eros é o mais superficial dos tipos de "amor", mas isso tem um motivo, Eros não é amor, ele é paixão, ele se caracteriza pelo desejo carnal, onde não existe nenhum sentimento profundo para além disso, e, o amor como falamos se torna patogênico pois se torna paixão, um desejo irracional pelo corpo sem a intenção de criar um laço afetivo com outrem.
A philia é o tipo de amor indispensável para a formação de um vínculo afetivo com outra pessoa, ela é a forma mais pura de amor, sem qualquer desejo carnal, ela é o amor do convívio, o amor aos amigos, diferente do Eros a philia busca se conhecer, entender o porque do amor existir, é uma forma bruta em processo de lapidação constante.
Em fim chegamos no último tipo de amor para os gregos, mas isso não significa que a estrada para essa definição aceabou, ela mal começou. O storge é o amor familiar, o amor de um pai a um filho, ele é puro e incondicional, quando ele acontece.
O budismo clássico entende por amor a capacidade de ser gentil e compassivo consigo mesmo, de gerar imagens de alegria e de olhar para os outros com equanimidade sem descriminação, o budismo diz também que quando dos sujeitos se amam as fronteiras entre elas começam a se romper e elas passam a ser uma só coisa, o amor budista é completamente contra a paixão, onde o próprio Buda Sidarta diz que a paixão é o maior empecilho da iluminação, não importa se essa relação carnal é hetero ou homossexual.
O amor ao estudo ao conhecimento é uma das milhões de formas de amor, sim milhares, apesar de eu falar em 32 formas de amor, essas outras são uma mistura das colocadas acima, menos o amor ao estudo e ao conhecimento, pois esse é o amor ao amor, a capacidade de amar o próprio amor é o amor ao saber.
O amor é condicional, mas depende do tipo de amor.
O storge ou amor do vínculo de sangue (familiar) é condicional e incondicional, condicional pois dentro de uma esfera social do capital o amor de um pai para um filho nem sempre acontece, os inúmeros casos de abusos e agressões físicas de um pai para seu(ua) filho(a) no mundo inteiro são enormes, e, dentro de alguns países esse ato é um crime, um exemplo disso é no Brasil onde o artigo 213 previne punidade aos estupradores, mas na prática, a maioria desses casos os culpados não são presos, mostrando a fragilidade da lei. No entanto quando o storge acontece ele se torna incondicional, o amor desse pai para o filho é puro e muita das vezes irracional.
Sobre a questão da alma
Quando falamos sobre a paixão precisamos falar sobre a alma, pois, a paixão é o veneno da alma, a definição de alma usada aqui é a mesma utilizada pelo "estudos avançados em psicologia classista".
Para Lacan o ser é vazio, ele é o nada em busca da sua completude, a alma segundo a psicologia classista é o nada feito pelo nada (sujeito), a alma surge para completar o sujeito, ou seja é o nada de completude com o nada em completude.
O amor tem seu núcleo na alma, mas o Eros ou paixão se mostra como um objeto a recessivo, um movimento de castração da alma, pois, a beleza da alma se transforma em um mero motor de desejo carnal.
Apêndice: sobre a antropologia e o duplo Marx.
No primeiro artigo feito para explicar sobre o criticismo radical é dito que a antropologia apesar de trabalhar com o estudo da cultura, não analisa ela o suficiente, isso está completamente errado, a antropologia estuda a cultura até os mínimos detalhes, mas isso não significa que ela não merece ser abolida, mais tarde nos próximos artigos discutiremos sobre a ciência transdisciplinar como abolição da ciência.
Outro ponto a ser levantado é o duplo Marx, não existe um duplo Marx, mas também não existe um Marx, mas milhares de Marx, e, esse processo de multiplicidade de Marx é feito por conta das críticas feitas dele para outras pessoas e para ele mesmo, mas são dois assuntos para os próximos artigos.
Na parte do storge teve tantas indiretas que deu vontade de rir e chorar ao mesmo tempo
ResponderExcluirAmei o texto flor<3
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