o problema filosófico de Mao zedong parte 1
A teoria de Mao é com toda certeza a mais influente no movimento Revisionista atual, no entanto a uma falha dos comunistas ao criticar Mao zedong, a crítica deve ser feita em todos os sentidos, a primeira parte da crítica a filosofia é uma crítica a compreensão de dialética em Mao.
A primeira coisa para estabelecer uma crítica é falar sobre a dialética transcendental de Kant, assim podemos entender o porquê da teoria da contradição em Mao, não é nem materialista, nem idealista, ela é contra filosófico em todos os sentidos.
Kant na crítica da razão pura diz:
"Não estamos tratando aqui de uma dialética lógica, que faz abstração de todo conteúdo do conhecimento e apenas descobre a falsa ilusão na forma dos silogismos, mas sim de uma dialética transcendental, que deve conter inteiramente a priori a origem de certos conhecimentos na razão pura e de conceitos inferidos cujo objeto nunca pode ser dado empiricamente e que, portanto, localizam-se inteiramente fora da faculdade do entendimento puro. Da relação que o uso transcendental de nosso conhecimento tem de ter com o lógico, tanto em inferências como em juízos, nós deduzimos que só são dados três tipos de inferências dialéticas, que se referem aos três tipos de inferência através dos quais a razão pode chegar a conhecimentos a partir de princípios, e que em todas as suas tarefas se deve ascender da síntese condicionada, a que o entendimento permanece sempre amarrado, até a incondicionada, que ele nunca pode atingir."
Dentro do sistema epistemológico kantiano temos dois tipos de dialética de conhecimento, a lógica e a transcendental, além de ter três tipos de inferências nessas duas dialéticas, isso demonstra um erro na questão epistemica de Mao, mas será que esse erro é algo real ou ele está usando de um modelo de crítica a Kant? Bem, para responder isso vamos colocar Hegel em questão para depois entrar em Marx.
Hegel em ciência da lógica diz:
"O raciocínio exposto, o qual faz a falsa pressuposição da separação [Getrenntheit] absoluta do ser e do não ser e que nela permanece, não é dialética, mas o que se pode chamar de sofistaria. Pois, sofistaria é um raciocínio que parte de uma pressuposição sem fundamento, que se deixa valer sem crítica e irrefletidamente; dialética, porém, denominamos o movimento racional superior, no qual tais, que parecem pura e simplesmente separados, passam um para outro através de si mesmos, através daquilo que eles são, o movimento no qual a pressuposição [da separação deles] se suprassume. Pertence à natureza dialética imanente do próprio ser e do próprio nada o fato de que eles mostram sua unidade, o devir, como sua verdade."
Hegel aqui não está colocando uma dialética do conhecimento, ele determina uma dialética do ser e uma dialética da natureza, uma crítica a Kant porquê considera a dialética uma só para o ser em completude, mas ainda é oposta a dialética maoista.
Marx no "18 de brumário" começa os seus estudos sobre a dialética, em Marx a dialética é particularmente transcendental e material ao mesmo tempo, mas o que isso significa? A dialética é dada por um produto A que se contradiz em si mesmo e por causas metafísicas ele se torna produto B, em Marx não acontece isso na dialética, a dialética em Marx é contradição entre o ser e o particular do ser, mas de forma organizada, assim como diz Hegel.
Agora, o que mao vai fazer é uma falsa dialética, veja esse trecho por exemplo:
"A contradição é a base das formas simples do movimento (por exemplo, o movimento mecânico) e, por maior razão ainda, das formas complexas do movimento"
Primeiro para entender o que ele quis dizer, precisamos entender o que é movimento nesse sentido, o movimento se trata de transformação, mas qual transformação? Mao não tem ideia de qual transformação é posta aqui, porque ele aprendeu uma dialética antidialetica e a pós em toda sua filosofia.
Em outro trecho ele diz:
"Por que razão o ovo pode transformar-se em pinto e a pedra não? Por que razão existe uma identidade entre a guerra e a paz. e não entre a guerra e a pedra? Por que razão o homem pode engendrar o homem e não qualquer outra coisa? A única razão consiste no facto de a identidade dos contrários existir apenas em condições determinadas, indispensáveis. Sem essas condições determinadas, indispensáveis, não pode haver qualquer identidade."
De fato, as perguntas são importantes, mas a resposta está errada, a pedra não se transforma em pintinho por causa da identidade dos contrários? Óbvio que não, isso não acontece por uma impossibilidade lógica, as condições não são determinadas nesse sentido, ela é pré determinada.
O que eu quero dizer aqui é, Mao nunca apresentou uma corrente de pensamento ideal para a revolução, o que ele fez foi uma apresentação textual nós ensinando a consequência de não ler e estudar filosofia e fazer textos "filosóficos"
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