as aproximações entre Lacan e Trotsky parte 1 a revolução permanente

 as aproximações entre Lacan e trotsky é um desafio muito grande de ser feito, não por ser dois teóricos que pensam diferente um do outro, muito pelo contrario, as suas semelhanças são maiores que as diferenças, o desafio de fazer um artigo como esse é entender no que Lacan pode ajudar o trotskismo e o que o trotskismo pode ajudar a entender a obra de Lacan, para entender isso separei três pontos em comum: a teoria da revolução permanente, o programa de transição e a teoria pratica.


Lacan e a teoria da revolução permanente

o mais importante de se entender uma contribuição lacaniana a obra de trotsky, não é uma evolução da sua totalidade, mas sim entender o porque dessa teoria ser criada e como Lacan contribui para um avanço nessa teoria da revolução permanente.

 para Trotsky uma revolução comunista tem que se desencadear ao redor de todo o pais logo depois da revolução russa, no entanto isso não aconteceu, alguns trotskistas vão falar que é por conta da casta burocrática stalinista na URSS, mas isso acaba tendo alguns problemas de serem analisados, o primeiro deles é que o stalinismo não foi uma influencia em todo o globo, ele passou a ser influente sim em todo globo, mas em países como os africanos, latino americanos e asiáticos (com exceção de alguns) não tiveram contato com Stalin, um exemplo muito bom é que o PCB não fazia parte da terceira internacional que foi o principal meio que Stalin usou para minar revoluções na Europa. Mas não é porque a influencia de Stalin nesses países não existia na época que devemos parar de criticar Stalin ou de procurar quem ou o que  minou as revoluções nesses países que não tiveram um contato imediato com a burocracia stalinista nos seus primeiros anos de atuação.


Claro que para pensar em uma atitude anti revolucionaria nesses países temos que entender o pensamento de Stalin como algo além dele, um subproduto do capital feito para ter uma luta artificial entre o capital burguês e o capital proletário (sendo a única diferença os fantoches do capital), não podemos dizer que as condições não estavam sendo dadas, muito pelo contrario, após a revolução russa o mundo inteiro sentiu o espectro das revoluções baterem na porta de todos os países do mundo, mas muito desses países não alcançaram um estado de ditadura do proletariado, isso se deu por conta da falta de organização teórica e pratica e uma falta de preocupação de se entender o discurso do capital, sendo esse o principal motivo para a falta de revoluções até os dias de hoje, algo que vai muito além de uma mera burocracia, sendo está uma consequência desse discurso. Para Lacan o inconsciente é visto como linguagem, ou seja não existe antes da língua, mas isso é o inconsciente comum lacaniano, temos um avanço na teoria de Lacan quando ele pensa sobre as analises de Freud sobre os sonhos, o desejo freudiano nada mais é que capitalista, não importando muito a classe social, alguns teóricos da psicanalise lacaniana consideram essa indagação de Lacan como Inconsciente capitalista, esses teóricos tem um ponto muito assertivo porque isso explica  um pouco mais sobre as relações do inconsciente linguístico no capitalismo.


O inconsciente capitalista diz : o inconsciente no capitalismo é estruturado pelo próprio capitalismo. essa afirmação indica de certa forma muitas coisas, a primeira e mais importante delas é o inconsciente se transforma a partir de uma mudança estrutural na sociedade, a segunda e ultima que trataremos nesse artigo é o inconsciente estruturado pelo capitalismo implica em uma linguagem do capital, a ideologia se produz no inconsciente, se o inconsciente é capitalista, a ideologia irá ser também.


no entanto isso não significa que as revoluções estão fadadas ao fracasso,  o que queremos mostrar para o leitor é que para pensar na revolução precisamos criar um inconsciente revolucionário, mas como ele é feito? através de uma ampla formação teórica e critica nos partidos, não excluindo a parte critica,  dessa forma o inconsciente revolucionário é feito, mas ele pode desaparecer, e, para isso não acontecer é importante forjar um inconsciente revolucionário coletivo e por desde o inicio a importância da pratica revolucionaria a todas as pessoas que querem mudar o mundo (a formação teórica e critica começa no partido, mas não pode terminar nele, ela deve ser feita para as massas).


a teoria de trotsky da revolução permanente é muito importante por compreender que o capitalismo é um fenômeno global que não é possível ser destruído em um pais sem  ser em todos os outros, mas carece da luta pela subjetividade, coisa que Lacan acrescenta, não existe um objetivo sem um subjetivo e não existe um subjetivo sem um objetivo, se construímos uma luta contra a objetividade do capital, precisamos construir uma luta contra a subjetividade do capital, sendo essas duas lutas uma só em campos diferentes.



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